Organização: Gelson Santana
Introdução: Marcius Freire
Autores: Alfredo Suppia; Bernadette Lyra; Gelson Santana; Laura Canepa; Lucio Piedade; Luiz Vadico; Maria Ignês Carlos Magno; Rogério Ferraraz; Rosana Soares; Zuleika de Paula Bueno.
Sinopse
Cinema de bordas 2 congrega os trabalhos de um grupo de pesquisadores que investiga e aceita como legítimas certas práticas cinematográficas, costumeiramente consideradas periféricas ou marginais, quase sempre postas às bordas pelas entidades institucionais. Tais práticas costumam adotar um estilo que incorpora o excesso ou a precariedade, estando muito próximas, também, da trivialização e repetição de códigos do som e da imagem e se apropriando de formas expressivas que são consideradas artefatos da “baixa” cultura e da cultura de massa, aproximando-se, assim, do que se costuma chamar de paracinema. O campo desse “outro” cinema não se apresenta de maneira homogênea. Nele, coexistem filmes francamente comerciais, pautados no binômio emoção + ação, com a única finalidade de atingir o mercado em larga escala; filmes realizados na explícita intenção de parecerem subculturais, com apelos ao trash e a outras categorias desvalorizadas pela crítica cultural e acadêmica; filmes produzidos por sujeitos autodidatas, moradores de cidades pequenas ou de arredores das grandes capitais, com uma estrutura que foge aos padrões costumeiros de produção e de exibição, articulada sobre modos artesanais e independentes de realização, com parcos investimentos econômicos, recursos técnicos precários e circulação caseira ou em salas quase sempre improvisadas.A organização, a visibilidade e a experiência circunscritas a esse cinema tão peculiar estão, indissociavelmente, ligadas à noção de gêneros cinematográficos. Mas, acima de tudo, a voz desse cinema de bordas é aquela do entretenimento, no sentido dado por Niklas Luhmann: “entretenimento significa não procurar nem encontrar nenhum motivo para responder à comunicação com comunicação”.
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